Nos dias 24, 25 e 26 de abril de 2018, aconteceu o I Fórum do Forró de Raiz São Paulo, evento que reuniu pesquisadores, políticos, agentes culturais e artistas, todos envolvidos com a cadeia produtiva do Forró.
Tradição por definição é transmissão de elementos que fazem parte de uma cultura, daquilo que fala através do tempo, que faz a ponte entre presente e passado. Um espaço para a História que pode estar apenas fora dos livros. Fazer História. Salvaguardar o Forró como Bem imaterial é justamente a proposta deste movimento iniciado em oito de julho de 2011 pela Associação Cultural Balaio Nordeste, da Paraíba. A solicitação de registro foi aceita pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) durante o I Fórum Nacional realizado na Paraíba em setembro de 2015.
O Fórum começou com a apresentação do Hino Nacional por músicos consagrados no cenário do Forró raiz: Oswaldinho do Acordeon, Sandra Belê e Anastácia. Nele, a comunidade do Forró tratou de assuntos levantados nos fóruns já realizados pelo país, com a perspectiva peculiar de um Sudeste extremamente influenciado pelos nordestinos retirantes que aqui viveram e contribuíram majoritariamente para a sua construção e seu desenvolvimento. Novas problemáticas e soluções também foram tratadas, reconhecendo a presença de pessoas que viram tudo se transformando em sua frente, como a cantora Anastácia, e contando com a participação de profissionais locais, agentes políticos e convidados de estados do Nordeste.
O distanciamento da tradição nordestina na realização das festas de São João por todo o país foi um dos pontos de destaque das Mesas Redondas. Por três dias, houve repasse de saberes sobre estrutura de produção cultural, ritmos e dança, valorização e divulgação da cultura do Forró, envolvendo comunidades, lugares, suas matrizes na música e na dança, suas relações interculturais e multidisciplinares e sua profissionalização. O último dia contou ainda com uma Mesa só para debater Políticas Públicas (Leis e Programas de incentivo da Cultura nas esferas Municipal, Estadual e Federal e inclusão nas Escolas Fundamentais) e produzir a Carta com as Diretrizes do Movimento, na perspectiva paulistana, a qual foi entregue no dia 3 de maio na Câmara dos vereadores de São Paulo, em audiência pública.
Em vários Estados do Brasil, os Fóruns são chances de compreendermos mais o nosso papel na trajetória e na história que o Forró já traçou ao longo dos anos. Está sendo a oportunidade de vislumbrar um panorama do que é o Forró no Brasil e qual a sua importância no país. Climério Santos (Músico e etnomusicólogo) chamou a atenção para a confecção de um possível inventário da diversidade do forró, assim como da comunidade que ele está inserido. “Forró não é mais nordestino, pois ganhou proporções diversas. À medida que cada localidade foi se aprofundando na tradição, desenvolveu o Forró com sua devida particularidade” – acrescentou.
Esta plataforma tem o objetivo de informar as pessoas sobre a cultura forrozeira como patrimônio, suas matrizes, significados, processos e ações de Salvaguarda.
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