
PRÊMIO ANASTÁCIA DE FORRÓCordel
Autor: Varneci NascimentoPoeta CordelistaSão Paulo, 14/10/2022 O nosso encontro comprovaComo nunca estamos só,Que a cultura brasileiraTange o laço e amarra o nóPara celebrar o PrêmioAnastácia
A Literatura de Cordel é um gênero literário popular, escrito frequentemente de forma rimada, originada de relatos orais e depois impressos em folhetos. A literatura de cordel se popularizou no Brasil nas regiões Norte e Nordeste, sendo hoje difundida em todo o território nacional. Publicada em pequenas brochuras impressas, o termo “cordel” vem do fato de serem apresentadas penduradas em cordas – ou cordéis.
Além de gênero literário, o cordel era veículo de comunicação e ofício, garantindo a fonte de renda de muitos cordelistas. Popularizado no século XIX, tornou-se uma forma de expressão da cultura brasileira, trazendo contribuições da cultura africana, indígena, europeia e árabe, entoando as tradições orais, a prosa e a poesia.
Os poetas cordelistas modernos definem o cordel como gênero literário obrigatoriamente de três elementos principais: a métrica, a rima e a oração. Esses elementos, associados às xilogravuras, que são as ilustrações das histórias estampadas nas capas dos livretos, formam a literatura de cordel.
Ao contrário do que muitos pensam, o cordel não foi criado no Brasil. O estilo já existia no período dos povos greco-romanos, fenícios, cartagineses e saxões. Chegou a Portugal e Espanha por volta do século XVI. No Brasil, veio com os colonizadores, instalando-se na Bahia, mais precisamente em Salvador, que à época era a capital brasileira.
Estudos apontam 1893 como o marco da literatura de cordel, quando o paraibano Leandro Gomes de Barros teria publicado os primeiros versos no país. Os folhetos em que eram inseridos pequenos textos corridos e poemas eram chamados de “folhetos de cordel”. Esses folhetos sempre eram vendidos de mão em mão e a baixo custo.
“O folheto-de-cordel e espetáculos populares como ‘auto-de-guerreiros’ ou o ‘cavalo-marinho’ são fontes preciosas para os artistas que sonham se unir a uma linguagem mais apegada às raízes da cultura brasileira. É que, em seu conjunto, tudo aquilo forma um espaço cultural criado por nosso próprio povo e no qual, por isso mesmo, ele se expressa sem maiores imposições ou deformações que lhe viessem de fora ou de cima”, escreveu, em 1999, o escritor Ariano Suassuna, para quem a “imensa maioria do povo pobre do Brasil real” é o único contingente da população “verdadeiramente autorizado a criar uma arte popular brasileira”
No início do século 20, numa sociedade com poucos meios de comunicação disponíveis, o cordel proliferou por vários estados do Nordeste. No entanto, desde o início da publicação dos folhetos até a década de 1970, a mulher cordelista ainda estava invisível: apesar de serem tema de tantos cordéis, não era comum mulheres cordelistas publicando oficialmente.
Em 2020, a sergipana Izabel Nascimento ministrou uma palestra no 3º Encontro de Cordelistas da Paraíba, falando sobre o tema “O Cordel como Ferramenta de Transformação Social“, Izabel fez um recorte histórico para denunciar o traço forte do machismo nesse gênero literário. A intenção foi vislumbrar mudanças numa poesia que ainda não reconhece, não valoriza, nem respeita o papel e o protagonismo da mulher cordelista. Foi a primeira vez que um grupo de mulheres se reuniu para organizar um movimento de denúncia e enfrentamento ao machismo no cordel.
Assim nasceu a campanha #cordelsemmachismo, atualmente formada por um grupo denominado Movimento das Mulheres Cordelistas Contra o Machismo e o grupo Teodoras do Cordel.
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A Literatura de Cordel é uma manifestação literária tradicional da cultura popular brasileira, mais precisamente do interior nordestino. Os locais onde ela tem grande destaque são os
Esta plataforma tem o objetivo de integrar pessoas e lugares que fazem parte da cultura forrozeira, isto é, desde os mestres griôs que carregam a ancestralidade dos saberes dos rituais sociais do Forró com suas histórias e memórias.
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